segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Livros infantis na era pós-moderna


Por Lívia Bonard

As invenções tecnológicas conquistaram de vez a cultura infanto-juvenil a partir do início da década de 1990. A chegada de diversos tipos de vídeo-games de tecnologia cada dia mais impressionantes, que fazem com que os seus adeptos desfrutem de gráficos que se aproximam da realidade pode ser apontado como um dos motivos de nossas crianças terem abandonado o hábito pela leitura. Além disso, temos o ‘boom’ dos PCs (computadores pessoais) com seus programas de mensagens instantâneas que prendem nossas crias por horas à frente das telas.
Paralelo a isso, a culpabilidade dos pais também não deve ser esquecida, pois muitas vezes deixam de afastar seus pupilos dessas tecnologias emergentes por mera comodidade ou por achar que as crianças têm que aprender a usufruir desde cedo desses inventos.
Contos infantis com os de Monteiro Lobato, Lewis Carrol e Lauren Child são esquecidos e o que se vê hoje, por exemplo, é a mitificação de personagens como Harry Potter. A obra de JK Rowling, aliada aos apelos tecnológicos e ao cinema, engloba uma mistura de ambição, preconceito, responsabilidade social e complexidades de vida e morte, dentre outros assuntos muitas das vezes pouco indicados para nossas crianças que estão apenas aflorando para a vida. Uma combinação perigosa para o psicológico destas.
A tendência para um futuro bem próximo é que a literatura infantil que aborda amizade, companheirismo, ingenuidade e outros temas condizentes com a idade dos pequenos seja extirpada, e logo substituída por esse estímulo ao modernismo e a globalização desenfreada. Para cada lar, por intermédio dos pais haverá uma resistência maior ou menor por esses apelos, mas que com o tempo estará desgastada e entregue a influência psicológica que esses games e livros que falam sobre bruxas e trevas impõem aos nossos rebentos.

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