sábado, 22 de novembro de 2008

Pirataria on line: verdades e mentiras na distribuição de livros pela internet.


Pepeu, proprietário de sebo. Rodoviária de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. (Foto: Jorge Silva)

Por Jorge Silva
O único sebo, na rodoviária de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, abre às 8h da manhã. O proprietário é um nordestino, com mais de 35 anos neste negócio. São 12h de trabalho por dia, de segunda a sábado. Entretanto, a freqüência de leitores tem diminuído. A rotina de ser um dos primeiros a abrir a loja não funciona mais como atrativo para aumentar as vendas que, em outras épocas, dava certo. Tal imagem está ilustrada no dia-a-dia de quem necessita de informação, mas que prefere seguir leituras menos “salgadas” ao bolso: “Alguns (leitores) pegam o livro no computador por conta da agilidade. Outros sim pelo barateio”, analisa Thiago Lopes, 22 anos, universitário que se mostra otimista em relação ao tradicional livro, “Não acredito que os livros em papel irão acabar, apenas haverá uma nova forma de se propagar cultura”. Opinião não muito diferente de Thaisy Pecsén, 23 anos, universitária: “Digamos que o livro que eu quero ler seja pequeno, ou que esteja procurando um trecho específico. Eu posso visualizar o livro em PDF (arquivo texto digitalizado). É a simplicidade do acesso que compensa mais no bolso”, entende a estudante que prefere não comprar livros pequenos quando os mesmo estão disponíveis na internet.


A Matemática do Sucesso

O mercado editorial brasileiro parece não sofrer com a disseminação de livros pela internet. Houve crescimento na venda de livros nos últimos três anos, conforme dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Em 2005, (270 milhões); 2006 (310 milhões); 2007 (329 milhões) de exemplares vendidos. Ver pesquisa completa na CBL
De acordo com o vendedor de livros usados , na rodoviária a cerca de quarenta quilômetros do centro da capital Fluminense, houve épocas melhores, quando as vendas eram altas, antes do surgimento da internet. No local, não há computador, nem telefone fixo. O comerciante sabe, mesmo sem conhecer a rede mundial de computadores na prática, que seu faturamento ficara abalado pela distribuição de conteúdos pelo ciberespaço: “Tá difícil pagar as contas vendendo livro. Com a internet (o leitor) tira um texto que a escola pede. Hoje a maior parte só lê mesmo quando a faculdade pede”, conta Adailton Silva (veja o vídeo com a entrevista), 55 anos, mais conhecido como Pepeu, que faz do comércio de DVDs, CDs originais e revistas pornôs uma forma de equilibrar as contas, pois o prejuízo seria muito maior se investisse apenas em livros.


A Rede Digital Sem Fronteiras

Pela internet é possível encontrar sites especializados (Estante Virtual - maior rede de sebos do Brasil ou Dominio Público - biblioteca digital pública, dados gratuitos) no comércio de livros usados, mas também existe uma enorme facilidade para adquirir um livro sem custos (ver outros textos neste blog com informações sobre dowloads legais ou não de livros), seja compartilhando arquivos, via e-mails, com usuários, ou através de download em sites ilegais. Para o escritor e poeta Marcelo Girard do site Poesia Mix - a primeira rádio literária na internet -, o livro digital está no parâmetro: “O livro digital não é bem o formato agora, e sim o conteúdo que pode existir com fácil acesso. O Google criou e reuniu, em 2007, na Bienal do Livro no Rio, o serviço de pesquisa Google book, onde qualquer pessoa pode acessar e ler até 80% do livro inteiramente grátis”. A iniciativa da empresa norte-americana Google, que também está em processo de digitalização de centenas de jornais, como o The New York Times, nos EUA, e Jornal do Brasil, vem ao encontro da popularização do livro digital. Os direitos autorais, no caso da Google, são repassados às editoras que detêm os direitos de livros. É possível acessar o contrato no Google Books que está disponível para maiores esclarecimentos sobre a comercialização de textos. Segundo esse site de buscas, livros que não estavam mais disponíveis em catálogo, agora passam a circular no mercado consumidor. Autores, editoras e herdeiros de um escritor morto se vêem inseridos numa perspectiva de lucro impossível antes da internet.
A experiência do Google, que digitaliza livros e respeita os direitos autorais, mostra como existe uma maneira de se gerar renda sem prejudicar a indústria do livro. Uma constatação da sobrevivência do livro de papel na Era Digital, em que até jornais se vêem ameaçados pela disseminação gratuita de informação na internet.


Caçadores de Tesouros

Na barraca de Luis Roque e Marília, pai e filha gostam de se identificar como divulgadores de raridades, portanto, livros que não são encontrados com facilidade por se tratar de uma primeira edição de algum autor bastante famoso. Os leitores aparecem através de anúncios em guias de sebos e classificados de jornais. (informações livros raros e guias de sebos, na internet, no portal Biblioteca Nacional). A internet não é um atrativo para esses dois livreiros de rua e há 21 anos sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro. No ambiente, dividido entre bancas de camelôs, há revistas de variados tipos, inclusive pornôs e gibis. Ali, o leitor pode escolher o que está à mão, ou seja, os objetos menos valiosos do ponto de vista da preciosidade. Livros raros ficam na casa dos proprietários daquele espaço comercial. Segundo Marília Barcelos, leitores de outros Estados, como São Luis do Maranhão, aparecem em busca de livros raros.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Livro eletrônico causa polêmica

Por Rafaela Grande de Sá Freire Torres
Foto: Google.com.br

O livro eletrônico ou e - book é um livro que você pode ler em uma tela de computador. Um e - book (abreviação inglesa de Eletronic Book) é um livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como computadores, PDAs ou até mesmo celulares. A diferença do livro eletrônico para o livro impresso em papel é a sua forma de manuseio, que no livro informatizado depende de uma máquina, o que gera uma série de recursos e possibilita uma pesquisa mais eficiente e rápida.
Vantagens que os e -books possuem:
1) O leitor obtém entrega imediata de seu livro a partir de sua livraria na web, e pode armazenar exemplares em um dispositivo do tamanho de um livro normal; 2) O leitor pode manter em seu PC ou em um Laptop mais de 30 mil livros; 3) O leitor terá um dispositivo auditivo sincronizado ao texto.

A globalização da tecnologia

Por Rafaela Grande de Sá Freire Torres

A globalização abriu as portas para a evolução tecnológica e com isso nos deixou mais próximos dos eletrônicos de última geração. Estamos cada vez mais integrados a informática e ao conhecimento global.
Infelizmente o Brasil ainda está muito atrasado em relação à educação, saúde e informação. Com esse atraso, o Rio de Janeiro especificamente não possui uma estrutura adequada para receber um lançamento como o e-book. Provavelmente o livro eletrônico chegará em meados de 2009 em algumas lojas do Brasil, como a Apple.
Milhares de pessoas com instrução e acesso as novas tecnologias, não trocam o prazer de comprar livros e sentir o cheiro de novo que eles têm. Sabemos que devido a esses leitores eletrônicos novos que estão sendo lançados e aprimorados, o mundo editorial enfim está preocupado com essa questão. Ainda não se sabe se o e-book fará tanto sucesso quanto no exterior que já existe desde 2006.
A Amazon lançou o seu próprio leitor de livros eletrônicos. O Kindle gasta pouca energia e oferece internet sem fio. Os livros impressos têm a vantagem de nunca ficarem sem baterias e sobreviverem a quedas. Os aparelhos para ler livros eletrônicos continuam chegando e frustando, como o caso do Rocket e book Reader, do Gemstar, Everybook, softbook e Librius Millenium Reader.
Os livros eletrônicos que chegarão não terão todos os serviços disponíveis como já existe no exterior. De nada adianta ter o leitor se não tiver o serviço para baixar. Quanto ao custo, não sabemos devido aos altos impostos.
O assunto da feira editorial americana, a BOOK EXPO AMERICA, que acontece em Los Angeles foi o Kindle. Os livreiros ficaram preocupados com a possibilidade de que os livros eletrônicos provem que podem ser mais que uma moda passageira para os adeptos da tecnologia, entre os consumidores de livros.
O principal concorrente do Kindle é o Sony Reader, que está no mercado desde 2006 e ajudou a reforçar as vendas de livros eletrônicos.
Todas as principais redes de livrarias americanas já estão vendendo e-books on line. A Amazon é a principal. A Barnes & Nobles está no mercado ganhando espaço.
Foto: google.com.br

É só clicar e ler

Por Mario Vasconcelos
(Foto: Mario Vasconcelos)

Com preços em torno de 40 reais, quando não se trata de uma "obra-prima", que chega a custar quase o dobro, os livros cada vez mais começam a ficar estacionados nas prateleiras das grandes livrarias. A procura por bons livros é grande, mas o custo de um bom livro "de papel" ,para grande parte da população, ainda é alto. Principalmente por causa dos impostos que encarecem ainda mais os livros. Qual seria,então, a solução para aqueles que não dispensam uma boa leitura, mas esbarram no preço. Economizar uma "graninha" para comprar ? sim, muitos fazem isso. A questão é que ninguém quer comprar apenas um livro. Do contrário, seria fácil. Mas toda semana, a mídia anuncia mais um grande lançamento literário, um romance imperdível, aquela biografia que muitos esperam há anos, tudo isso ao mesmo tempo. Antes do "boom" da Internet, a solução seria realmente economizar para poder comprar dois ou três livros no máximo, tendo que abrir mão de outros títulos por questões orçamentárias. Mas agora, como que milagrosamente, a "solução" chegou. E ela se chama download.

Se alguém digitar no Google o termo "download de livros", aparecerão quase 4 milhões de páginas sobre o termo digitado. A maioria é de sites para baixar livros para PC. E, dentro dessa maioria, a maior parte é ilegal. Segundo José Carlos Costa Netto, presidente da Associação Brasileira de Direito Autoral (ABDA), o download de livros é crime de violação de direito autoral. Porém, afirma Costa Netto, ainda não existe punição específica para esse tipo de crime. Com esse cenário confuso a respeito do que pode ou não pode, os downloads de livros proliferam na grande rede. São muitos os sites que oferecem esse serviço, todos de graça e, na maioria das vezes, de forma rápida. É só procurar e achar o(s) livro(s) que se deseja baixar e, clicando, em poucos minutos se obtém a obra completa na tela do computador. Aluno do sexto período do curso de Jornalismo, na Universidade Estácio de Sá, Lucas Alvares, 21 anos, adquiriu o hábito de baixar livros da Internet sempre que precisa. Para Lucas, além da questão financeira, outro fator importante o estimula a fazer downloads de livros : a qualidade. " Na verdade, eu tenho um motivo muito específico para baixar livros. Eu sou muito exigente com o que eu leio, então, baixo livros para não gastar dinheiro comprando o que não vou gostar de ler, mas é lógico que o fato de o download ter custo zero ajuda", afirma o estudante que só neste ano baixou cerca de dez livros. Todos no 4Shared, o mais famoso site de downloads de livros.

É nesse cenário que as editoras, escritores e livrarias terão que conviver. Aliás, já deveriam saber conviver, porque a cada ano que passa, a cada novidade tecnológica que surge, a cada evolução que a Internet apresenta, o bom e velho livro de papel poderá ganhar um novo lugar : o depósito. Afinal, já não é necessário fazer economia para ler um bom livro. Basta clicar e ler.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Livros infantis na era pós-moderna


Por Lívia Bonard

As invenções tecnológicas conquistaram de vez a cultura infanto-juvenil a partir do início da década de 1990. A chegada de diversos tipos de vídeo-games de tecnologia cada dia mais impressionantes, que fazem com que os seus adeptos desfrutem de gráficos que se aproximam da realidade pode ser apontado como um dos motivos de nossas crianças terem abandonado o hábito pela leitura. Além disso, temos o ‘boom’ dos PCs (computadores pessoais) com seus programas de mensagens instantâneas que prendem nossas crias por horas à frente das telas.
Paralelo a isso, a culpabilidade dos pais também não deve ser esquecida, pois muitas vezes deixam de afastar seus pupilos dessas tecnologias emergentes por mera comodidade ou por achar que as crianças têm que aprender a usufruir desde cedo desses inventos.
Contos infantis com os de Monteiro Lobato, Lewis Carrol e Lauren Child são esquecidos e o que se vê hoje, por exemplo, é a mitificação de personagens como Harry Potter. A obra de JK Rowling, aliada aos apelos tecnológicos e ao cinema, engloba uma mistura de ambição, preconceito, responsabilidade social e complexidades de vida e morte, dentre outros assuntos muitas das vezes pouco indicados para nossas crianças que estão apenas aflorando para a vida. Uma combinação perigosa para o psicológico destas.
A tendência para um futuro bem próximo é que a literatura infantil que aborda amizade, companheirismo, ingenuidade e outros temas condizentes com a idade dos pequenos seja extirpada, e logo substituída por esse estímulo ao modernismo e a globalização desenfreada. Para cada lar, por intermédio dos pais haverá uma resistência maior ou menor por esses apelos, mas que com o tempo estará desgastada e entregue a influência psicológica que esses games e livros que falam sobre bruxas e trevas impõem aos nossos rebentos.